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Dor nas Pernas

1. O que é a "dor de crescimento"? 

 

A queixa de dor nas pernas é comum na infância, especialmente em crianças com idade entre cinco e dez anos. Apesar de não haver relação bem definida entre a dor e o crescimento, o termo "dor de crescimento" é utilizado pela maioria dos pediatras.

 

A dor é geralmente muscular e localiza-se nas coxas, pernas (panturrilhas), e pés. Pode ser fraca ou muito forte, mas não impede que a criança ande ou corra assim que a dor passe. Algumas crianças não conseguem localizar a dor, ou então relatam um caráter "itinerante", ou seja, cada dia em um lugar diferente. As mãos e os braços são raramente acometidos. Suas principais características são: 

1) Não interferir nas atividades diárias, 
2) Duração variável: poucos minutos a algumas horas,
3) Melhorar espontaneamente sem medicamentos ou então com massagem no local, 
4) Não ser contínua, com períodos de melhora que variam de dias a semanas e 
5) Não ser acompanhada de inchaço articular ou febre.

O horário mais freqüente da dor é no final da tarde, depois das atividades físicas; entretanto algumas crianças podem acordar subitamente durante a noite, aos prantos. A dor matutina não é comum, e deve chamar a atenção dos pais. Podem ser observados outros sintomas concomitantes, como dor de cabeça e dor de barriga.

Os pais devem ficar atentos, uma vez que a "dor de crescimento" pode estar associada a conflitos emocionais e problemas de adaptação ou relacionamento, principalmente na esfera familiar ou na escola. Algumas situações, como o nascimento de um irmão ou mudança de escola são freqüentemente observadas. 

Não é necessário tratamento específico para a dor de crescimento, uma vez que ela diminui espontaneamente ao longo do tempo. Algumas crianças podem beneficiar-se de esportes de baixo impacto, como por exemplo a natação. Nos casos de dor forte, podem ser utilizados analgésicos por via oral, sempre com supervisão médica.

"Atenção: a criança com dor de crescimento tem sempre um aspecto saudável"

Algumas doenças pouco freqüentes podem manifestar-se na forma de dor músculo-esquelética. Os pais devem consultar o pediatra quando observarem algum dos seguintes sintomas:
1) Dor persistente e localizada em um único ponto, 
2) Dor nas costas (mesmo em crianças que usem mochilas), 
3) Dor que dificulta as atividades cotidianas, como caminhar, praticar esportes, subir escadas ou brincar,
4) Presença de inchaço articular, indisposição ou febre, e
5) Presença de claudicação, ou seja, mancar ao andar.

2. Meu filho (a) tem dor nas pernas depois de fazer exercícios. Trata-se de algo normal ou anormal?
Algumas crianças e adolescentes saudáveis podem apresentar um aumento da frouxidão dos ligamentos, acarretando uma condição denominada hipermobilidade articular. A hipermobilidade pode ser localizada nas mãos, braços, pernas e coluna, pode estar associada à dor muscular e articular, especialmente dor depois da realização de exercícios físicos de impacto, como o basquete, futebol e handebol. Exemplos de pessoas com hipermobilidade extrema são os contorcionistas circences.

Assim como na "dor de crescimento", não existe tratamento específico para a hipermobilidade articular. Devem ser evitados alguns esportes, como o balet, o futebol e o basquete, sendo indicadas a natação e a hidroginástica.

3. O uso freqüente de videogames e computadores está associado à dor muscular?
As lesões de esforço repetitivo vêm sendo observadas cada vez mais comumente entre as crianças e os adolescentes. Elas são conseqüentes à realização de movimentos contínuos nos períodos de estudo ou de lazer, posturas inadequadas e estresse emocional. O uso freqüente de computadores e "vídeo games" é o principal fator desencadeante, sendo afetados os músculos, tendões e as articulações. 

Estes sinais/sintomas aparecem após períodos variáveis de exposição aos fatores traumáticos, podendo ocorrer em horas, dias ou meses. A dor pode ser em queimação ou peso, podendo ser acompanhada de formigamento e choques nas extremidades dos dedos. Podem acometer qualquer segmento do corpo, como os punhos, antebraços, mãos e coluna. 

Os computadores e "videogames" deveriam ser utilizados pelas crianças e adolescentes, no máximo, de uma a duas horas por dia, com supervisão dos pais e professores, evitando a sobrecarga ao aparelho músculo esquelético. Particularmente no adolescente que trabalha com computadores, a melhor forma de prevenção das lesões é a postura correta na posição sentada. Devem ser orientados exercícios de alongamento e relaxamento dos braços, punhos, mãos e coluna, por, em média, 10 minutos por hora.

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