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Obstrução Congênita
das Vias Lacrimais

• Uma das alterações oculares mais frequentes observadas em crianças com menos de um ano de idade é a Obstrução Congênita da Vias Lacrimais (OCVL) ou Dacrioestenose (que vem do grego dacrios = lagrima e estenosis = fechamento, obstrução). 

• Como se observa na figura abaixo, as lágrimas são produzidas para lubrificar os olhos pelas glândulas lacrimais (que se localizam em baixo da pálpebra superior), recolhidas pelo saco lacrimal e fluem através do ducto nasolacrimal para o nariz (é por isso que quando choramos o nariz começa a escorrer).

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Este ‘sistema’ de drenagem faz com que não haja acúmulo de lágrimas nos olhos. Muitas vezes, porém, o sistema de drenagem das lágrimas está obstruído, por um estreitamento neste ducto nasolacrimal, por uma fina membrana que se forma dentro dele ou até por uma válvula que se forma dentro do ducto. Assim, a lágrima vai se acumulando nos olhos, provocando lacrimejamento, causando um quadro que varia desde de olhos sempre úmidos até ao transbordamento de lágrimas (chamado de epífora). Pode também haver formação de secreção mucopurulenta (“remela”) e crostas. A pele no canto dos olhos pode apresentar uma dermatite leve (vermelhidão e irritação) devido ao pH baixo e salinidade presente nas lágrimas.

 

Em geral, a OCVL ocorre de forma unilateral, em só um dos olhos da criança.
Além destas alterações causadas pelo lacrimejamento, é comum que a criança apresente com maior frequência episódios de conjuntivite bacteriana. O excesso de umidade nos olhos favorece o desenvolvimento de bactérias, que causam a conjuntivite. É quando há um aumento significativo na secreção mucopurulenta, olhos ‘grudados’ pela secreção, vermelhidão e coceira nos olhos.

 

TRATAMENTO

 

Na grande maioria dos casos a OCVL resolve-se antes do primeiro aniversário da criança. 
Inicialmente devem ser realizadas compressas com água morna, limpeza dos olhos com soro fisiológico ou colírios de lágrima artificial.

 

As massagens no saco lacrimal e no trajeto do ducto nasolacrimal são a opção de tratamento mais efetiva. O oftalmologista inicialmente realiza a massagem e orienta os pais como devem proceder o acompanhamento e estas massagens em casa.
Quando há conjuntivite bacteriana associada o uso de colírios está indicado, sempre após prescrição médica. Os colírios usados em crianças NEM SEMPRE são os mesmo usados em adultos.

 

Em raros casos há necessidade de desobstrução do ducto nasolacrimal através de uma cirurgia simples (sondagem), realizada pelo oftalmologista. Normalmente não se realiza a cateterização antes dos 9 meses de idade. A criança deve sempre estar sob sedação (anestesia geral inalatória), portanto é realizada no hospital, porém de forma ‘ambulatorial’, ou seja, a criança entra e sai do hospital no mesmo dia. 

 

A OCVL portanto é uma alteração frequente, sem maior gravidade ou risco para a criança, mas deve ser acompanhada de perto pelo pediatra e pelo oftalmologista. Outras doenças oculares importantes podem causar os mesmos sintomas (lacrimejamento, conjuntivites, irritação ocular) e o diagnóstico preciso é fundamental para a resolução do problema o mais rápido possível.

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