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TRAUMATISMO CRANIANO -
Cuidados e Condutas Básicos

A maioria das quedas não requer nenhuma conduta médica, e a ideia aqui não é fazer um tutorial de rotinas em traumatismo - mas sim orientar os pais que ficam extremamente preocupados com a situação.

O que devemos nos preocupar em cada tipo de tombo ou batida?

TRAUMATISMOS LEVES ou QUEDAS DA PRÓPRIA ALTURA - exemplos: aquelas em que a criança estava sentada e caiu para trás, estava andando, caiu ou tropeçou e bateu no batente da porta, caiu do sofá ou da cama dos pais (60 cm) para o chão, mesmo de cabeça.
Estas quedas habitualmente não trazem risco intracerebral, não se formam hemorragias ou hematomas intracranianos. As crianças muitas vezes vomitam em seguida, mas isto tem relação com o susto, o choro e a labirintite traumática.
Em poucos minutos devem estar bem e sem quaisquer sintomas. 
Esses traumatismos leves e de baixo poder cinético muitas vezes levam a cortes na pele e subcutâneo, necessitando sutura. Avaliação individual de cada caso.

O mesmo raciocínio vale para quando pequenos objetos caem na criança (ou na cabeça) - como exemplo cito um brinquedo, uma babá eletrônica, um celular. Nestes casos a preocupação é só com o hematoma subcutâneo e cortes, sem riscos intracranianos. 

A compressa de gelo nos primeiros 30 minutos é sempre indicada para todos estes casos.

QUEDAS DE MÉDIA ALTURA (70 cm ou mais) ou em POUCO MOVIMENTO - exemplos: queda do colo dos pais, do cadeirão, do trocador, da bicicleta, da mureta, batidas de cabeça, de frente, entre duas crianças correndo, de camas muito altas...
Separamos em dois: nas crianças abaixo de um ano de idade e que bateram a cabeça (rosto, queixo, cabeça) uma avaliação médica é necessária. 
Nesta faixa etária existe maior risco de fraturas ósseas. Não são comuns complicações (hemorragia intracrania), mas pode haver fraturas - nasais, mandibulares, cranianas.
Para os maiores de um ano, necessária "observação".


O que é "observação", no caso de traumatismo craniano?


O importante é que, passado o choro, o sono que o stress causa e os eventuais vômitos imediatos, a criança fique bem.
Não pode, após uma hora (e até 24 horas) começar a vomitar. 
Pode dormir, não há problemas, principalmente se é horário normal de se dormir.
Mas os pais devem ver, a cada 3 horas, se a criança não está "desmaiada", "inconsciente". Para isso, não é necessário despertá-la. Basta chegar perto da cama, movimentar um pouco, virar seu filho de lado. As crianças sempre se ajeitam, reclamam, mudam de posição... Nestes casos, tudo bem. Se alguém (adulto ou criança) estiver inconsciente, não esboçará nenhuma reação. Isso é um detalhe importante nesta observação durante o sono.
Ou, por exemplo, se notar que seu filho, após um traumatismo, está sonolento durante o dia, falando arrastado, perda de memória ou quaisquer queixas visuais: estes são dados importantes. Necessidade de avaliação neurológica, mesmo nas quedas moderadas.

QUEDAS OU TRAUMATISMOS MAIS IMPORTANTES: por exemplo, quedas do muro, da beliche, acidentes automobilísticos, queda de objeto pesado sobre a cabeça.
Nestes casos a avaliação médica e radiológica é fundamental, aonde você estiver. Independente de vômitos, de sonolência, etc.
Sempre será necessária uma tomografia ou ressonância magnética.

Um último detalhe: em relação aos cortes e suturas, uma avaliação médica é sempre importante, principalmente nos cortes mais profundos. Se estiver viajando, a uma, duas ou três horas de um centro médico bom, vale a pena se deslocar. Se estiver numa cidade do interior, pergunte se há um cirurgião plástico  para fazer a sutura. Uma sutura, após 12 horas, não pode mais ser refeita...

E, em todos os casos acima, consulte sempre o seu pediatra antes de decidir qual conduta deve tomar.

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